agosto 30, 2012

Cesárea - minha experiência com o nascimento do Bibi

Meu objetivo aqui é compartilhar minha experiência dentro da maternidade: o parto e os complementos. Minha cesárea foi marcada previamente e Gabriel nasceu com 38 semanas e 4 dias, pesando 3.750kg.

Hora marcada: 19h. Chegamos na maternidade com 4h de antecedência (oi?, vou pegar algum vôo intenacional?). Eu e maridón passamos por toda a burocracia de internação e esperei uns 40 minutos até me chamarem para o quarto.

Uma vez no quarto, fiquei esperando até que toda a equipe chegasse e estivesse pronta. Nesse meio tempo a galera foi chegando e enchendo o quarto também, acho que ao todo foram 16 pessoas presentes no nascimento do Bibi.

Certa hora chega a enfermeira, manda tirar a roupa e colocar um aventalzinho que o maqueiro já viria me buscar. "Mas para que serve uma maca quando se está andando?". Procedimento hospitalar.

A maca chega, todo mundo se despede e você pega o rumo do centro cirúrgico. Marido pega outro rumo, o da salinha para se trocar para acompanhar a cirurgia. O povo pega o rumo do berçário para fofocar ansioso como será o neném.

Se não levantar o encosto da maca eu NÃO vou..

Na sala de parto me transferem para a maca cirúrgica e me deixam na companhia do amigo anestesista. Primeiro pegam minha veia, depois vem a tal da peridural que apavora qualquer ser humano. Pede para eu virar de lado e colocar o joelho no queixo. É nessa hora que você se mija de tanto rir, imagine só botar o joelho no queixo com uma barriga de 9 meses no meio. Não é piada, o enfermeiro ajuda e você realmente coloca o joelho no queixo (preferia que tivesse sido piada). Primeiro uma anestesia local, depois a peridural. Não senti nada mas, como tenho pavor de agulha, minha tensão foi no nível 10. Senti um tranco muito forte em uma das pernas, não foi dor, foi porrada mesmo, mas devido ao nervo que o anestesista acertou. Aviso, ele chega a agulha um pouco mais pro lado e finaliza.

Hora de me colocar na posição da boneca inflável, enfiar a sonda, colocar os monitores cardíacos, me amarrar na maca, estender o tal paninho verde para eu não ver mais porra nenhuma, conectar o soro, colocar oxigênio e a touquinha, limpar a barriga e me obrir com 300 panos cirurgicos, não necessariamente nessa ordem. Claro que nessa altura do campeonato você não sente mais nem o dedinho do pé.

A equipe entra, conversa vai conversa vem eu pergunto se já estão me cortando. Sim, foi a resposta. "Putaqueopariu cade meu marido?". Tinham esquecido ele lá fora. Marido entra. Em menos de dois minutos nasce o Gabriel. O procedimento é realmente muito rápido.


Aí mostram o pobrezinho pra mim, tiram fotos, pediatra limpa, papai não corta o cordão, volta Bibi pra mim, mais fotos, tiram Bibi de novo para ir para o berçário acompanhado do pai (tem que ir numa espécie de caminha, papai não pode pegar no colo).

Que foto linda, enquanto a mãe tentava desviar dos pés do neném e do cotovelo do marido.

Enquanto isso, o anestesista avisa que vai me fazer dormir rapidinho só para eles finalizarem o procedimento. Não durmo, fico acordadinha meio grogue, ouvindo a conversa, dez minutos depois resolvo começar a participar do assunto e o anestesista se assusta, "você acordou?", "não fofís, eu nem dormi", o procedimento acaba, me levam de maca pra uma salinha onde eu fico esperando não sei o que por não sei quanto tempo, depois me levam para o quarto de volta.

Chegando no quarto: V de vitória.

Chego no quarto animada, meio grogue ainda, faço pose pra foto, sou transferida para a cama e desembesto a falar que nem matraca (ficar em silencio para não dar gases num momento desses é uma sacanagem) eis que tenho uma puta crise de tosse que durou uns 15 minutos, que delícia, toda costurada, tossindo a plenos pulmões, eu logo pensei" vou ter que voltar lá para me costurarem de novo".

As pessoas vem falar comigo, dizem que meu filho é lindo de morrer (hum, sério? não lembro direito), se despedem e tomam o rumo da casinha delas... isso já devia ter passado das 21h.

A equipe passa para me ver, dar algumas instruções e se despedir. 

Ficamos esperando o neném chegar, só eu e meu maridón.

Não passa muito tempo e ele chega. Lindo de morrer, todo arrumadinho, limpinho, fofinho, de olho aberto, esperando um colinho e um abracinho da mamãe. Eis que a enfermeira diz: "bota o peito pra fora mãe, ele quer mamar" (claro que isso é assunto para outro dia).


Biel chegando no quarto.
Primeiro soluço. Não é que o papel funcionou.

O que eu gostaria que fosse diferente dessa vez? Queria que o parto fosse normal e quero estar mais arrumada, linda e maquiada para as visitas e para a saída da maternidade, no parto do Biel fiquei muito largada, mal acredito quando olho as fotos, dá vergonha.

O que foi um pé no saco? O jejum de 12 horas sem comida e sem água (que eu dei uma burlada, lero lero). O primeiro banho do Biel no quarto (dado pela enfermeira sem tato e sem coração), como ele chorou, dava pena.

O que foi lindo? O carinho das pessoas pela minha família, todos ansiosos por mostrarem que estavam ali para o que der e vier e o Bibi passar a noite inteira acordado, com a cabecinha em pé. olhando para mim.

A recuperação: nota 10! Dei o primeiro, o segundo e o terceiro banhos do Biel, não senti dor, minha cicatriz ficou excelente.

MINHA Conclusão: cesariana está longe de ser um bicho de 7 cabeças. Não acho tão desumano assim como uns falam. Óbvio que escolher a data para seu bebê nascer é meio estranho (e se o destino dele fosse ser Touro e não Áries?). Óbvio que nascer com aquela luz de refletor de campo de futebol na cara não é legal, o mesmo vale para o ar condicionado ligado em 10 graus. Óbvio que sair de perto da mãe pra ser pesado, apalpado, manipulado, furado e banhado não é legal mas, e daí? Será que muda realmente muita coisa? Acho que muda mais a sua experiência do que a dele. Além disso, amamentar logo depois que o neném sai da barriga é, sinceramente, uma vontade que nunca tive, acho surreal o neném nascer e você ficar com aquela neura de colocar logo no peito. Prefiro abraçar, cheirar, olhar no olho e segurar as mãozinhas.


Essa foi a minha 1º experiência de parto. 
Que venha a 2º.


Dani Dani

Um comentário:

  1. Sei que ainda tem o post da Mariana... mas vou comentar logo este, com a emoção deste!!!

    Meu sonho sempre foi ser mãe! Não, não agora! A não ser que Deus queira (ou a pílula não funcione!). Mas sempre quis ser mãe, porque pra mim a vida não tem graça sem essa emoção! E ler o seu blog foi uma das coisas mais legais que eu fiz nesses últimos tempos! Que legal!

    Muito maneiro ler cada pedacinho do seu momento. Cada situação e cada emoção vista pelo lado da mãe! Um dia você vai agradecer ter escrito isso agora... para relembrar com alegria!

    E vamos para o da Marianinha!

    (obs.: deixa eu copiar o comentário pq o último que eu fiz, simplesmente não foi pq deu erro na página... uf!)

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