Hora marcada: 19h. Chegamos na maternidade com 4h de antecedência (oi?, vou pegar algum vôo intenacional?). Eu e maridón passamos por toda a burocracia de internação e esperei uns 40 minutos até me chamarem para o quarto.
Uma vez no quarto, fiquei esperando até que toda a equipe chegasse e estivesse pronta. Nesse meio tempo a galera foi chegando e enchendo o quarto também, acho que ao todo foram 16 pessoas presentes no nascimento do Bibi.
Certa hora chega a enfermeira, manda tirar a roupa e colocar um aventalzinho que o maqueiro já viria me buscar. "Mas para que serve uma maca quando se está andando?". Procedimento hospitalar.
A maca chega, todo mundo se despede e você pega o rumo do centro cirúrgico. Marido pega outro rumo, o da salinha para se trocar para acompanhar a cirurgia. O povo pega o rumo do berçário para fofocar ansioso como será o neném.
Se não levantar o encosto da maca eu NÃO vou.. |
Hora de me colocar na posição da boneca inflável, enfiar a sonda, colocar os monitores cardíacos, me amarrar na maca, estender o tal paninho verde para eu não ver mais porra nenhuma, conectar o soro, colocar oxigênio e a touquinha, limpar a barriga e me obrir com 300 panos cirurgicos, não necessariamente nessa ordem. Claro que nessa altura do campeonato você não sente mais nem o dedinho do pé.
A equipe entra, conversa vai conversa vem eu pergunto se já estão me cortando. Sim, foi a resposta. "Putaqueopariu cade meu marido?". Tinham esquecido ele lá fora. Marido entra. Em menos de dois minutos nasce o Gabriel. O procedimento é realmente muito rápido.
Aí mostram o pobrezinho pra mim, tiram fotos, pediatra limpa, papai não corta o cordão, volta Bibi pra mim, mais fotos, tiram Bibi de novo para ir para o berçário acompanhado do pai (tem que ir numa espécie de caminha, papai não pode pegar no colo).
Que foto linda, enquanto a mãe tentava desviar dos pés do neném e do cotovelo do marido. |
Enquanto isso, o anestesista avisa que vai me fazer dormir rapidinho só para eles finalizarem o procedimento. Não durmo, fico acordadinha meio grogue, ouvindo a conversa, dez minutos depois resolvo começar a participar do assunto e o anestesista se assusta, "você acordou?", "não fofís, eu nem dormi", o procedimento acaba, me levam de maca pra uma salinha onde eu fico esperando não sei o que por não sei quanto tempo, depois me levam para o quarto de volta.
Chegando no quarto: V de vitória. |
Chego no quarto animada, meio grogue ainda, faço pose pra foto, sou transferida para a cama e desembesto a falar que nem matraca (ficar em silencio para não dar gases num momento desses é uma sacanagem) eis que tenho uma puta crise de tosse que durou uns 15 minutos, que delícia, toda costurada, tossindo a plenos pulmões, eu logo pensei" vou ter que voltar lá para me costurarem de novo".
As pessoas vem falar comigo, dizem que meu filho é lindo de morrer (hum, sério? não lembro direito), se despedem e tomam o rumo da casinha delas... isso já devia ter passado das 21h.
A equipe passa para me ver, dar algumas instruções e se despedir.
Ficamos esperando o neném chegar, só eu e meu maridón.
Não passa muito tempo e ele chega. Lindo de morrer, todo arrumadinho, limpinho, fofinho, de olho aberto, esperando um colinho e um abracinho da mamãe. Eis que a enfermeira diz: "bota o peito pra fora mãe, ele quer mamar" (claro que isso é assunto para outro dia).
Biel chegando no quarto. |
Primeiro soluço. Não é que o papel funcionou. |
O que eu gostaria que fosse diferente dessa vez? Queria que o parto fosse normal e quero estar mais arrumada, linda e maquiada para as visitas e para a saída da maternidade, no parto do Biel fiquei muito largada, mal acredito quando olho as fotos, dá vergonha.
O que foi um pé no saco? O jejum de 12 horas sem comida e sem água (que eu dei uma burlada, lero lero). O primeiro banho do Biel no quarto (dado pela enfermeira sem tato e sem coração), como ele chorou, dava pena.
O que foi lindo? O carinho das pessoas pela minha família, todos ansiosos por mostrarem que estavam ali para o que der e vier e o Bibi passar a noite inteira acordado, com a cabecinha em pé. olhando para mim.
A recuperação: nota 10! Dei o primeiro, o segundo e o terceiro banhos do Biel, não senti dor, minha cicatriz ficou excelente.
MINHA Conclusão: cesariana está longe de ser um bicho de 7 cabeças. Não acho tão desumano assim como uns falam. Óbvio que escolher a data para seu bebê nascer é meio estranho (e se o destino dele fosse ser Touro e não Áries?). Óbvio que nascer com aquela luz de refletor de campo de futebol na cara não é legal, o mesmo vale para o ar condicionado ligado em 10 graus. Óbvio que sair de perto da mãe pra ser pesado, apalpado, manipulado, furado e banhado não é legal mas, e daí? Será que muda realmente muita coisa? Acho que muda mais a sua experiência do que a dele. Além disso, amamentar logo depois que o neném sai da barriga é, sinceramente, uma vontade que nunca tive, acho surreal o neném nascer e você ficar com aquela neura de colocar logo no peito. Prefiro abraçar, cheirar, olhar no olho e segurar as mãozinhas.
Essa foi a minha 1º experiência de parto.
Que venha a 2º.
Dani Dani
Sei que ainda tem o post da Mariana... mas vou comentar logo este, com a emoção deste!!!
ResponderExcluirMeu sonho sempre foi ser mãe! Não, não agora! A não ser que Deus queira (ou a pílula não funcione!). Mas sempre quis ser mãe, porque pra mim a vida não tem graça sem essa emoção! E ler o seu blog foi uma das coisas mais legais que eu fiz nesses últimos tempos! Que legal!
Muito maneiro ler cada pedacinho do seu momento. Cada situação e cada emoção vista pelo lado da mãe! Um dia você vai agradecer ter escrito isso agora... para relembrar com alegria!
E vamos para o da Marianinha!
(obs.: deixa eu copiar o comentário pq o último que eu fiz, simplesmente não foi pq deu erro na página... uf!)