novembro 22, 2011

Babás e as 'terríveis' mães que as tem

"Babá é coisa de rico, coisa de gente que não tem o que fazer com o dinheiro, coisa de gente que não tem competência pra criar filho (oi?), coisa de gente mal acostumada, mal amada, que não tem capacidade, paciência, amor... ETC".

Tenho lido de tudo nessa internet.
Uma chuva de críticas, e as pobres mães que tem babá tentam justificar com poucas palavras, meio envergonhadas, porque fizeram essa opção. Quase que pedindo perdão às outras super-mães competentes (ahn?).


Imagine que...

...você está numa festa e nenhum dos seus amigos tem filhos e ficam horas na mesa contando histórias, se mijando de rir enquanto você está correndo atrás do seu filho e não tem tempo nem de comer.

... você está no restaurante, morta de fome e o seu filho começa a ficar descontrolado e você tem que pedir a contra no meio da entrada, ou mandar embalar a comida para viagem, sem sequer ter comido uma garfada.

... você está numa viagem de negócios com o seu marido, num resort com um monte de gente interessante, palestras interessantes e a única coisa que você consegue fazer é correr atrás do seu filho e ir dormir 4 horas antes de todo mundo porque seu lindo bebê apagou.

... você precisa de um tempo a sós com seu marido, seja para conversar, ver TV, qualquer coisa, e seu filho não dá tregua e só vai dormir lá para as 23:30 (com muitos berros) quando vocês dois já estão pedindo arrego.

... você está em casa doente, cor febre, dor no corpo, vomitando e tem que cuidar do seu filho sem ninguém para te ajudar, porque o pai está trabalhando, e você não tem mãe, e a sogra, quando vem, mais atrapalha que ajuda.

... você está querendo dar uma volta no shopping com seu marido e seu filho em paz, ver algumas vitrines, quando o descontrolado começa a correr de um lado para o outro, a gritar, a se jogar no chão, a atirar as coisas longe (não, eu não tenho um monstrinho em casa, tenho um bebê super ativo que não consegue ficar quieto por mais de 2 minutos fazendo alguma coisa - e digo "super ativo" no sentido da palavra e não da patologia, ok).

... você vai viajar de lua de mel (sem seu filho, óbvio) e precisa deixá-lo com a sogra e ela faz questão de virar a rotina dele de cabeça pra baixo, porque ela pensa que sabe tudo. Deixo aqui meu desabafo: QUEM SABE TUDO DO MEU FILHO SOU EU (e o pai dele, talvez)!


No final do dia a única coisa em que consigo pensar é: QUERO UMA BABÁ PELOAMORDEDEUS!!!


Além disso, é fácil criticar quando:
  1. Você chega em casa e tem um bebê que dorme as 19:30, como um anjo e só vai acordar de manhã.
  2. Você ou seu marido chegam do trabalho as 17h em casa, enquanto muitos outros pais chegam as 21h exaustos (oi, do centro da cidade até a minha casa são 1:30 de viagem).
  3. Você tem mãe pra te acudir quando você pira, para olhar seu pimpolho enquanto você lê uma revista ou só para ligar e desabafar.
  4. Seu bebê é mais paradão, dorme duas sonecas gostosinhas a tarde e fica que nem um pé de alface plantado no carrinho enquanto você vê as vitrines ou toma um café no shopping.
  5. Seu marido leva o bebê na escola, busca o bebê na escola.
  6. Você tem marido.
  7. Você não estuda e trabalha ao mesmo tempo.
  8. Você dá um monte de bloquinhos de empilhar ou coloca um DVD para o seu bebê e ele fica horas brincando, dançando sem precisar da sua ajuda.

Meninas da blogosfera materna:

Cada pessoa tem suas dificuldades, suas limitações, sua história de vida.

Cada pessoa leva ou quer levar um tipo de vida.

Cada um sabe do que precisa e a hora que precisa.

E, principalmente, CADA MÃE TEM UM FILHO.


O meu filho, desde que nasceu, me deu muito trabalho, chorava descontroladamente o dia inteiro, não pegava no peito porque era nervoso, não ficava dentro do carrinho, não chupava chupeta. Eu fiquei ANO, com medo de ir à algum lugar com ele sozinha, fosse shopping, supermercado ou até mesmo (pasmem) um parquinho. Fiquei ANO sem sair pra jantar com meu marido, sem ir ao cinema, sem namorar.

E só DEUS sabe quantas vezes eu chorei vendo a minha cunhada com duas babás, com folguistas no final de semana indo ao cinema, jantarzinho, e eu quase sem poder colocar os pés para fora de casa.

Portanto, eu admiro muito as mães que precisam e tem babá, que deram a cara a tapa tanto para a família (que já é difícil) quanto para as pessoas de fora (que é mais difícil ainda).


(1)* Não entro aqui em pormenores sobre educação nem a babá como substituição da escolinha. Defendo apenas meu ponto de vista sobre aquelas mães que tiveram filho sim, mas ainda defendem seus direitos de individualidade, vaidade (não no sentido pejorativo), vida social e vida amorosa, porque afinal, além de mães, nós somos mulheres. E amamos muito nossos filhos.

(2)* Não tenho babá, ainda...


Dani Dani

5 comentários:

  1. Dani,

    Também acho que cada um sabe onde seu sapato aperta... é fácil julgar as pessoas, difícil é entendê-las... a mulher conquistou um espaço que obrigou ela própria a acumular mais afazeres do que antigamente, e, ainda assim, continuar sendo bonita e vaidosa, porque o homem (com raras excessões) não pensa que a mulher está meio largadona porque tem que correr atrás de filho, além de arrumar casa e trabalhar fora, ele quer sua mulher bonita e ponto final...
    Então, quem tem condições de ter babá, aproveite, a única coisa que não concordo é que tem mãe que delega todos os poderes a suas babás e acaba não sendo muito efetiva no tratamento com o filho, não formando laços de amor com ele, alguns são até estranhos a essas mulheres, entende? Então eu acho que tudo é válido, desde que seja com equilíbrio.

    Beijão,

    Drica.

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  2. Pois é Drica, também concordo com você, por isso não entrei nos pormenores senão o post ia ficar gigante.

    Mas vamos pensar também o seguinte. Imagine que ser mãe é muito difícil, e não é para qualquer pessoa (definitivamente). Mas você só vai saber disso depois que tem o filho, e aí? Algumas mães precisam dessas babás como válvula de escape, porque ficam completamente atordoadas e acabam deixando mesmo os poderes com a babá.

    Mas e a história dessa mãe? O que passa na cabeça dela? Geralmente não paramos para perguntar.

    Bjos,
    Dani

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  3. Oi Dani!

    Sei que o tema eh polemico, por isso eu tinha ate evitado falar nele ate agora.

    Mas eu concordo contigo, ha muitas situacoes em que as babas sao bem vindas, eu concordo 100%.

    Aqui no Canada ate existe esta opcao, mas eh um pouco diferente, aqui se chama AU PAIR, e geralmente sao imigrantes vindo para o pais e dai trabalham como baba, mas a diferenca eh que eh 8 horas por dia, como um trabalho qualquer, nao existe opcao (que eu saiba)da mesma baba trabalhar a noite, final de semana, eh so durante o dia mesmo.

    O que eu nao concordo, e acredito que tu concordes comigo, eh esta onda de maes (estrelas da globo que vemos por ai, ou socialites)que nao saem de casa sem baba!

    Uma coisa eh planejar um passeio, viagem, chegar em casa tarde, tudo o que dissestes, dai sem duvida cabe uma baba, afinal como dissestes, nao existe mae super heroi nao, mas quando se ve estas mocas com baba 24 horas, dai eu acho esquisito.

    Mas o tema eh polemico mesmo e sobe o sangue da gente!

    E eu nao posso falar muito pois tive baba em casa quando crianca, mas naquele esquema da "nossa epoca", quando nossas maes chegavam do trabalho de noite a baba ia embora, nao era uma coisa 24 horas nao.

    Beijocas da Rita e da Bella

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  4. Oi Rita!

    Também acho interessante esse sistema de trabalhar 8h por dia mas, sabe porque aqui no Brasil não funciona? Porque as pessoas não querem nada com o trabalho, faltam muitas vezes e por motivos bestas, chegam atrasadas. Aí eu imagino que gera um transtorno sem tamanho para a mãe que precisa ir trabalhar e talvez não tenha quem pegue o filho na escolinha, essas coisas. Aí, as mulheres aqui preferem agarrar com unhas e dentes suas respectivas babás pela semana inteira, para não correr o risco.

    Pessoas que realmente queiram trabalhar, que tenham comprometimento e amor pelo que fazem estão em falta aqui no Brasil.

    Ah e sem babá dá? Claro que dá. Eu sobrevivi. Mas se eu tivesse a ajuda de uma, os meus dias teriam sido mais coloridos.

    Beijocas,
    Dani

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  5. Assunto extremamente polêmico, Dani. Eu nem me sinto à vontade para opinar muito, pois não sou mãe. Talvez eu possa falar alguma besteira por estar de fora e não saber na pele o que seja cuidar de uma criança 24h por dias!

    Mas é como eu te falei no outro comentário, com a cabeça que eu tenho hoje em dia, eu nao gostaria de ter uma babá. Eu acho que vou preferir ser mãe integralmente sem querer dividir isso com ninguém, além do meu marido, claro! E também porque tenho muito medo de pensar em deixar meu filho com uma desconhecida que eu não sei o que pode fazer com meu bebe!

    Mas como eu disse, isso é vindo de alguém que não tem filho (e nem pensa em ter por enquanto!). Eu trabalho demais e assim como você, não tenho ninguém mais para me ajudar nisso. Eu realmente não sei como vai ser quando esse dia chegar. Falo pelo o que tenho hoje em dia em mente: acho legal quem pode ter uma babá para ajudar, não recrimino, mas no meu caso, vou preferir não ter!

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